terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cientistas anunciam descoberta de nova espécie de dinossauro


De acordo com investigadores, fóssil de parente do Velociraptor encontrado na Roménia seria de um dos maiores predadores do ecossistema

Uma espécie parente do Velociraptor e de dinossauros de plumas foi descoberta na Roménia, país do leste europeu. Identificado como Balaur bondoc, que significa "dragão encorpado", este é primeiro dinossauro carnívoro que viveu na europa durante os últimos 60 milhões de anos da Era dos Dinossauros.

"Balaur pode ter sido um dos maiores predadores do ecossistema", afirmou Zoltan Csiki, paleontólogo da Universidade de Bucareste, na Roménia. Csiki é o principal investigador envolvido na descoberta, que foi anunciada esta segunda-feira.

O novo dinossauro tinha cerca de 6 a 7 metros de comprimento, dedos funcionais nos pés e grandes garras, presumivelmente para dilacerar a presa, além de uma garra no segundo dedo do pé, segundo o National Science Foundation.

Seus pés e pernas eram curtos e atarracados, com os ossos se fundindo. Segundo os investigadores, o Balaur bondoc tinha um grande músculo na pélvis, o que indica que o dinossauro tinha força em excesso nas pernas e corria em grande velocidade. Seus membros frontais estavam atrofiados, o que levou os investigadores a concluir que ele usava os pés para agarrar as presas.

"Sua anatomia mostra que ele provavelmente caçava de uma maneira diferente do que seus parentes menores", disse Stephan Brusatte, paleontólogo da Universidade de Columbia, num comunicado de imprensa. "O Balaur bondoc poderia ter sido capaz de derrubar animais maiores que ele, como muitos carnívoros fazem hoje em dia", explicou.

Durante a época em que viveu, o nível do mar na Europa era tão alto que grande parte do continente estava debaixo d'água e a Roménia era uma ilha. Assim, os dinossauros da região evoluíram em relativo isolamento, com a troca genética ocasional entre criaturas da Roménia e do continente asiático. Segundo Csiki, fragmentos do Balaur já eram conhecidos há mais de 10 anos, mas a morfologia era tão estranha que os cientistas não sabiam como juntar as partes.


Número de dias quentes aumenta mais na Península Ibérica do que no resto do mundo


O tempo que traz a massa de ar desde o Norte de África é a principal causa do aumento de dias quentes

Na Península Ibérica, os dias estão a ficar mais quentes do que no resto do mundo, concluiu um estudo da Universidade de Salamanca (USAL), em Espanha, publicado na revista “Climatic Change”.

Devido ao impacto que as temperaturas extremas têm na agricultura e na saúde, os investigadores da USAL analisaram as variáveis mais representativas destes extremos térmicos desde 1950 a 2006.

Os resultados revelaram que, para a Península Ibérica, registou-se um aumento dos dias quentes maior do que no resto do mundo. Também foi detectada uma diminuição das noites frias, tendência que acompanhou a descida global.

São poucos os estudos que se centram nos extremos climáticos e nas alterações que estão a ocorrer nas temperaturas máximas e mínimas ou nas variáveis dias quentes e noites frias.

Até agora, a maioria dos investigadores tinha analisado as alterações da temperatura média à escala global. Estes resultados indicavam que o aumento das temperaturas se deve “mais provavelmente” a factores antropogénicos.

Esta nova investigação permitiu analisar, do ponto de vista físico, as causas das variações dos extremos climáticos, ou seja, verificar “que alterações se estão a produzir nas massas de ar que chegam à Península Ibérica, bem como na temperatura do mar”, segundo explicou ao diário espanhol “El Mundo” Concépcion Rodríguez, autora principal do trabalho e investigadora do Departamento de Física Geral e Atmosfera da Universidade de Salamanca.

“A tendência de diminuição de noites frias corresponde com a obtida à escala global, segundo o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC). No entanto, o crescimento de dias quentes na Península Ibérica é superior ao obtido globalmente para todo o planeta”, afirmou.

Para explicar estas diferenças, a equipa científica relacionou o aumento de dias quentes com índices que representam a variação das características da atmosfera e dos oceanos.

Desta forma, “os dias quentes estão relacionados com os padrões atmosféricos, enquanto as noites frias dependem da temperatura do mar [do Atlântico Norte]”, explicou a investigadora.

O tempo que traz a massa de ar desde o Norte de África é a principal causa do aumento de dias quentes. “O tipo de tempo que provoca mais noites frias é a depressão sobre o golfo de Génova, que transporta ar seco e frio do Centro da Europa para Espanha”, argumenta Concépcion Rodríguez.

A investigadora acrescenta ainda que as alterações no número de dias quentes e de noites frias são mais pronunciadas a sudoeste e noroeste da Península Ibérica e que “uma das causas prováveis destas alterações é a variação da temperatura superficial do mar no Atlântico Oriental”.

fonte: Público

Cosmonauta russo diz que o espaço tem um cheiro inconfundível


Alexander Skvortsov

O cosmonauta russo Alexander Skvortsov, comandante da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), afirmou hoje que o espaço tem um cheiro inconfundível.

"Sim, o espaço tem um cheiro próprio. Não tem como explicar, é muito específico", disse Skvortsov, em resposta a uma das perguntas enviadas a ele da Terra, segundo a agência oficial "RIA Novosti".

Skvortsov explicou que o cheiro do espaço "não é agradável" e, de tão peculiar, "não se pode confundi-lo com nenhum outro cheiro".

O cosmonauta contou que, quando chegou à ISS a bordo de uma Soyuz, o astronauta americano Jeff Williams disse: "Aí está, esse é o cheiro do espaço".

"Acho que, certamente, aquilo vinha dos restos da evaporação do combustível do motor. Não sei se há cheiro no espaço distante, mas ao redor da ISS com certeza tem cheiro", comentou.

O russo comparou o cheiro com aquele de "quando uma criança bate uma pedra contra outra".

fonte: Terra

Observatório capta colisão entre agrupamentos de galáxias


Colisões de galáxias são consideradas os acontecimentos mais energéticos desde o Big Bang

O Observatório Chandra, da Universidade de Harvard e da Nasa, nos Estados Unidos, divulgou imagem de uma colisão entre agrupamentos de galáxias menores ocorrida no agrupamento de galáxias Abell 1758, localizada a 3,2 mil milhões de anos-luz da Terra.

Em azul, dados do Chandra mostram gás quente no agrupamento e, em rosa, dados do Telescópio Gigante de Ondas Métricas (GMRT, na sigla em inglês), na Índia, halo gerado por partículas e campos magnéticos em alta escala.

O estudo deste agrupamento e de 31 outros com utilização do Chandra e do GRMT mostram que ondas magnéticas são geradas durante colisões entre galáxias agrupadas. Isso significa que galáxias que não emitem essas ondas não acumulam grande quantidade de material, diferentemente aos agrupamentos que as emitem. Também significa que electrões são acelerados pela turbulência gerada pela fusão de galáxias.

Agrupamentos de galáxias são as maiores estruturas do Universo que são conectadas por gravidade. São formadas quando pequenos grupos de galáxias ou agrupamentos menores colidem-se e se fundem. Colisões de agrupamentos são consideradas os acontecimentos mais energéticos no Universo desde o Big Bang.

fonte: Terra

Israel: arqueólogos encontram talheres descartáveis de 200 mil anos


As facas eram descartáveis, segundo os arqueólogos, pois passavam a não estar afiadas após o uso

Arqueólogos da Universidade de Tel Aviv, Israel, encontraram talheres descartáveis em escavação numa caverna, próxima à capital israelense. Os objectos, estima-se, têm idade aproximada de 200 mil anos. As informações são da agência AP.

É possível que sejam os objectos com função de faca mais antigos já encontrados. Seu formato lembra o de uma palheta usada pra tocar guitarra. Os arqueólogos acreditam que eram usadas para cortar a carne, pois foram encontradas próximas de ossos. Estes ossos foram usados para calcular a idade dos objectos.

As facas eram descartáveis, segundo os arqueólogos, pois passavam a não estar afiadas. Além disso, eram feitas por material reciclado, com partes de outros materiais maiores, que serviam para caçar animais.

fonte: Terra

Macaco morde dezenas e foge


Um macaco que nas últimas semanas mordeu dezenas de pessoas nas pernas conseguiu escapar a uma megaoperação de caça ao primata. As buscas para tentar apanhar o animal, efectuadas por habitantes de duas localidades japonesas desesperados para o apanhar, foram infrutíferas.

Quase 60 pessoas de Mishima e Susono, junto ao Monte Fuji, foram mordidas, tendo a população sido avisada para fechar janelas e portas.


Submarino procura lulas gigantes


Chama-se "Lula 1000", é um submarino científico tripulado, chega aos Açores na Primavera e deverá ir mar adentro no próximo Verão. À procura do desconhecido. E de lulas gigantes, de que geralmente se alimentam os cachalotes. O projecto é da Fundação Rebikoff-Niggeler.

A ideia é perscrutar os fundos do mar a Sul do Faial e do Pico. Aí, acredita Joachim Jakobsen, responsável da fundação sediada nos Açores, descobrirá ostras e corais de maior profundidade do que os já detectados.

Até agora, os investigadores dispunham do “Lula”, um submarino com dez anos e capacidade para descer aos 500 metros de profundidade. Com ele – o único submarino científico a operar em Portugal – foi feita a primeira documentação de certas espécies de tubarões, ostras, lulas, corais e vários peixes de profundidade.

“Esperamos encontrá-los mais fundo”, diz o investigador ao JN. Mas o desafio pessoal é mesmo o das lulas grandes. Estão documentadas lulas medindo até um metro. A esperança é encontrar espécimens com mais de dois ou três metros. Joachim Jakobsen não tem a certeza que elas existam ali, mas a presença na região de cachalotes que vão facilmente até aos mil metros leva a crer nessa possibilidade.

A Fundação Rebikoff-Niggeler é uma instituição de utilidade pública com sede na ilha do Faial e nasceu tendo por base a vida e obra do casal franco-suíço. Entre 1948 e 1991, Ada e Dimitri Rebikoff-Niggeler dedicaram-se ao desenvolvimento de técnicas de investigação subaquáticas, área em que se tornaram pioneiros. Nos Açores, a fundação produz filmes científicos e investiga nas áreas da biologia, geologia e oceanografia, em parceria com o Governo Regional e institutos nacionais e internacionais.


Painel do clima tem de mudar forma de trabalhar


Conselho de peritos avaliou e IPCC recomenda alterações para evitar erros

O painel intergovernamental para as alterações climáticas das Nações Unidas, o famoso IPCC (na sigla inglesa), deve introduzir alterações no seu processo de trabalho para evitar erros como os que publicou no seu último relatório, em 2007.

É o veredicto do International Academy Council (IAC), um grupo independente de peritos, que analisou os processos de trabalho do IPCC, a pedido das próprias Nações Unidas, e que ontem divulgou as suas conclusões.

A criação de um posto de director executivo que coordene operacionalmente a estrutura e responda por ela, a limitação temporal do cargo de presidente a um único período de seis anos (e não dois, como agora), a abertura do IPCC a outros especialistas, a harmonização de procedimentos entre os vários grupos de trabalho e o escrutínio mais apertado à literatura científica ainda não sujeita ao crivo da avaliação de pares são algumas das recomendações do IAC. Mas o relatório deste conselho, que reúne representantes de 15 academias de ciências, e que é presidido por Harold Shapiro, não colocou em causa as conclusões científicas do IPCC.

O pedido de avaliação da ONU sobre os métodos de trabalho do IPCC surgiu na sequência da divulgação de dois erros contidos no seu quarto relatório. O IPCC admitiu publicamente em Janeiro que a data ali estimada para o degelo dos glaciares nos Himalaias, 2035, está enganada. A data correcta seria 2365. Outro erro tem que ver com o território da Holanda abaixo do nível do mar. No relatório, o IPCC refere 55%, quando ele é 26%.

A divulgação pública destes dois erros abalou a credibilidade do painel do clima da ONU, galardoado em 2007 com o Prémio Nobel da Paz, e acabou por dar força às vozes do cépticos das alterações climáticas.

No entanto, como ontem referia a comissária europeia do clima Connie Hedegaard, em reacção às conclusões do IAC, esses erros são "menores" e as conclusões do IAC, sublinhou, "não põem em causa as recomendações do IPCC em relação às alterações climáticas".

Rajendra Pachauri, actual presidente do IPCC (em segundo mandato desde 2008), diz-se disponível para a decisão que os países membros do IPCC entendam tomar a seu respeito. As conclusões do IAC serão apreciadas na próxima sessão plenária do IPCC, de 11 a 14 de Outubro.


segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Medicamento para diabetes previne cancro do pulmão em fumadores


Meftamina pode bloquear cancro nos fumadores

Estudo revela que quem fuma pode bloquear o desenvolvimento da doença tomando metformina.

A metformina, uma das substâncias mais utilizadas no tratamento da diabetes, pode salvar os fumadores de desenvolver cancro do pulmão. Um estudo do Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos, que será publicado esta semana no jornal "Cancer Prevention Research", revela que o medicamento pode prevenir o aparecimento de tumores entre os consumidores de tabaco. Caso os resultados obtidos com animais de laboratório se comprovem em humanos, a metformina será o primeiro medicamento capaz de travar cancros derivados do consumo de cigarros antes de eles se desenvolverem.

Em ratinhos, "este fármaco contra a diabetes, bem tolerado, foi capaz de prevenir os tumores do pulmão induzidos pelo tabaco", afirmou Phillip A. Dennis, investigador sénior em oncologia médica do Instituto Nacional do Cancro dos EUA, numa conferência recente.

Durante a pesquisa, a equipa tratou ratinhos de laboratório com metformina durante 13 meses, depois de os expor a uma substância química derivada da nicotina. Quando administrado por via oral o medicamento conseguiu reduzir os tumores do pulmão entre 40 a 50%. Mas a taxa de sucesso subiu para os 72%, quando a metformina foi administrada através de injecção.

Os investigadores acreditam haver evidências suficientes de que o método será eficaz em humanos: além do trabalho de investigação em animais, há indícios de que os fumadores que tomam metformina, para o tratamento da diabetes tipo 2, têm menor incidência de cancros.

A substância não consegue, no entanto, prevenir outros danos e doenças provocados pelo tabaco, como os problemas cardiovasculares ou o enfisema pulmonar.

Jorge Espírito Santo, presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, adianta que "os resultados são novos e interessantes mas, sendo um estudo em cobaias e não epidemiológico, estamos longe de ver isso aplicado nos fumadores". O especialista explica que o desenvolvimento de um cancro é um processo que envolve muitos factores e, "essas substâncias actuam muitas vezes apenas sobre um factor". "Nem sequer podemos colocar toda a gente a tomar metformina, pois tem uma série de efeitos secundários", alerta Espírito Santo. O medicamento "potencia, por exemplo, o risco de acidentes vasculares."

Este não é o primeiro estudo a demonstrar a potencialidade da metformina na prevenção de doenças. Uma investigação publicada no "Cancer Prevention Research" em Abril e levada a cabo por especialistas da Universidade de Harvard confirmava o potencial da metformina no tratamento do cancro da mama: mulheres que tomaram o fármaco durante mais de cinco anos têm uma probabilidade 56% mais baixa de desenvolver aquele tipo de cancro. Outro estudo revelou que a junção de metformina à doxorrubicina, utilizada na quimioterapia, produz resultados mais eficazes no tratamento dos tumores da mama.

fonte: Jornal i

Comissão científica aponta debilidades e sugere mudanças em painel climático da ONU


O presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, numa conferência em 2007

O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) deve ser alvo de “mudanças fundamentais”, segundo uma comissão que passou a pente fino o principal farol científico para a política internacional contra o aquecimento global.

Num documento divulgado hoje, a comissão internacional de 12 peritos apontou debilidades no processo de revisão dos relatórios do IPCC, que são a base da sua credibilidade científica. Algumas conclusões desses relatórios, segundo a comissão, indicam graus de certeza sobre os impactos das alterações climáticas que não são suportadas por suficientes provas científicas.

“Probabilidades quantitativas (...) devem ser usadas para descrever a probabilidade de resultados bem definidos apenas quando há evidência suficiente”, escreve a comissão, nomeada pelo Conselho Inter-academias, que congrega 15 agremiações científicas dos vários quadrantes do globo. A avaliação agora concluída fora encomendada pela própria ONU, que criou o IPCC em 1988, juntamente com a Organização Meteorológica Mundial.

O IPCC vinha sendo alvo de críticas sobre a sua credibilidade, desde a descoberta de alguns erros no seu último relatório de avaliação das alterações climáticas, de 2007. O IPCC alertara, por exemplo, para a possibilidade de os glaciares dos Himalaias degelarem até 2035 – uma afirmação baseada em documentos que se equivocam na citação de um estudo, o qual falava da potencial fusão massiva das reservas de gelo em 2350.

A comissão afirma que o trabalho do IPCC “tem sido bem sucedido em geral e têm servido bem a sociedade”. Mas uma série de mudanças são sugeridas, incluindo a limitação do tempo de mandato do presidente da organização. O actual líder do IPCC, o indiano Rajendra Pachauri, está à frente da organização desde 2002. Pachauri disse hoje, numa conferência de imprensa, que a sua permanência à frente do IPCC está dependente do que os governos decidirem numa próxima reunião do organismo, em Outubro próximo. "Esta questão deve ser debatida entre todos os governos do mundo", afirmou Pachauri, numa conferência de imprensa, citado pela agência France Presse.

Segundo a comissão de peritos, o IPCC deve modificar a sua organização, de modo a melhorar o seu funcionamento e a sua comunicação pública. O processo de revisão dos relatórios também deve ser melhorado. O último relatório do IPCC recebeu 90 mil comentários de cientistas convidados a revê-lo. Num calendário apertado, “os autores nem sempre consideram cuidadosamente os comentários, potencialmente ignorando erros nos rascunhos dos relatórios que poderiam ser identificados”, conclui a comissão.

Ainda segundo a comissão, o IPCC tem sido essencial para “aumentar a consciência pública sobre as alterações climáticas, elevar o nível do debate científico e influenciar a agenda científica de muitas nações”. Mas, para continuar a desempenhar o seu papel, a organização tem de se adaptar continuamente a novas condições, resume o relatório hoje divulgado.

Para o director do Programa de Ambiente das Nações Unidas, Achim Steiner, o relatório “reafirma a integridade, a importância e a validade do trabalho do IPCC, ao mesmo em que reconhece áreas para melhorias, num campo em rápida mudança”.

fonte: Público

Galáxia anular descoberta em 1950 ainda espera explicação


'Objeto de Hoag' fascina os astrónomos, que procuram entender sua estrutura

Desde que foi descoberta por Art Hoag em 1950, esta galáxia anular, apelidada simplesmente "Objeto de Hoag", fascina os astrónomos, que procuram entender sua estrutura: afinal, trata-se de apenas um objeto ou de dois?

Por fora há um anel dominado por estrelas azuis brilhantes, enquanto que, praticamente no centro, há uma bola de estrelas mais avermelhadas que provavelmente são muito mais antigas que as da periferia. Entre ambas as estruturas há uma lacuna que parece totalmente escura.

De acordo com a Nasa, o processo de formação do Objeto de Hoag ainda é desconhecido, embora outras estruturas já tenham sido encontradas e classificadas, coletivamente, como galáxias anulares.

Hipóteses para o surgimento desses objectos vão desde uma colisão entre galáxias à atração gravitacional de uma barra central que teria desaparecido com o tempo.

A imagem acima foi feita pelo Telescópio Espacial Hubble em 2001 e revela detalhes que não haviam sido observados antes. O Objeto de Hoag tem cera de 100.000 anos-luz de diâmetro e fica a 600 milhões de anos-luz da Terra. Visível na lacuna há outra galáxia anular, que provavelmente está muito mais afastada.

fonte: Estadão

Inglaterra: verão seco expõe sítios arqueológicos em lavouras


Em East Riding of Yorkshire, no norte da Inglaterra, 60 novos sítios foram descobertos em apenas um dia

Centenas de sítios arqueológicos antigos foram descobertos em imagens aéreas na Grã-Bretanha, graças ao verão seco que atingiu o país neste ano. De acordo com dados levantados pela instituição English Heritage, de conservação do patrimônio histórico da Inglaterra, as imagens mostram marcas de construções antigas que estão soterradas.

Entre os lugares descobertos pelos arqueólogos estão ruínas romanas próximas à cidade de Bradford Abbas, na região de Dorset, no sudoeste da Inglaterra. O local foi revelado em imagens feitas em Junho. Nas fotos, é possível ver um muro circular que teria servido de proteção aos soldados romanos durante manobras militares no primeiro século d.C.

Na cidade de Tadcaster, em North Yorkshire, no norte da Inglaterra, os arqueólogos identificaram um forte romano de mais de 2 mil anos de idade. Além disso, uma muralha reforçada foi construída no ano de 290 d.C.

"As marcas em lavouras são sempre mais visíveis em clima seco, mas os últimos verões foram decepcionantes", disse o analista Dave MacLeod, do English Heritage.

"Neste ano, nós tiramos proveito das condições climáticas. Nós tentamos nos concentrar nas regiões em que há poucas descobertas arqueológicas."

A English Heritage afirma que alguns sítios arqueológicos que não eram visíveis desde a seca de 1976 ressurgiram neste ano.

fonte: Terra

Últimos cavalos selvagens do planeta vivem no Alentejo


Avistados pela última vez em 1969, foram declarados extintos no seu último reduto na natureza, as planícies do Noroeste da China e da Mongólia. Só não desapareceram por completo porque ainda existiam em jardins zoológicos da Europa e dos EUA e surgiu um programa para resgatá-los da extinção total. Portugal acolheu quatro cavalos selvagens há oito anos, agora correm o risco de ser excluídos do programa.

Entre o Alentejo e Xinjiang, na China, há um ponto de ligação inesperado: nas duas regiões encontram-se os últimos cavalos selvagens da Terra, que em tempos recuados galoparam pelas estepes da Ásia e Europa. São conhecido por cavalos de Przewalski, o apelido do explorador russo que os descobriu numa expedição pela Ásia Central e criou condições para que fosse feita a sua primeira descrição científica em 1881.

Xinjiang fica mais de 7500 quilómetros do Alentejo, no Noroeste da China. Os seus 1,6 milhões de quilómetros quadrados, abundantes em petróleo e gás natural, atravessados por desertos, cordilheiras e planaltos, representam um sexto do território sob domínio chinês. A norte, faz fronteira com a Mongólia, o Cazaquistão; a sul, o Tibete. Encruzilhada de povos, portanto, de mongóis e cazaques até muçulmanos uigures, a principal etnia na região de Xinjiang.

No entanto, as planícies de Xinjiang lembram as do Alentejo. Até o calor seco se assemelha.

É o chinês Wang Zhenshan quem dá as boas-vindas aos visitantes chegados de Portugal, que acabam de entrar no Centro de Propagação do Cavalo de Przewalski, em Xinjiang, a hora e meia de jipe da capital da região.

Minutos antes, na auto-estrada que rasga a planície, cruzada por camiões, ladeada por sucessivas centrais térmicas, ou bombas de petróleo que oscilam ora para cima, ora para baixo, uma placa verde anuncia a proximidade do centro. Em mandarim e, invulgarmente, em inglês. Corta-se à direita, quem vem de Ürümqi, a capital da região, 120 quilómetros a sul.

Num edifício de três andares há uma sala destinada aos visitantes com informação sobre os cavalos. Na China, apenas aqui se faz a reprodução do Przewalski — embora outros locais em Xinjiang, como o Zooparque de Vida Selvagem de Tianshan, às portas da capital, tenham exemplares deste cavalo, que os turistas podem facilmente ver.

“Há três mil anos, o cavalo de Przewalski distribuía-se por Xinjiang, pela Rússia, Mongólia...”, explica Wang Zhenshan, traduzido para inglês por um dos recém-chegados.

Em meados do século XX, o seu refúgio resumia-se à bacia semidesértica de Dzungarian Gobi, que abrange grande parte do Norte de Xinjiang e se estende para a Mongólia. “Por causa da distribuição, devia chamar-se cavalo selvagem da Mongólia ou de Xinjiang”, defende o anfitrião chinês.

Mas foi essencialmente pelo apelido do coronel russo Nicolai Przewalski (1839-1888), de origem polaca, que ficou conhecido no mundo inteiro, embora também seja designado por cavalo selvagem asiático ou cavalo selvagem da Mongólia. Na região, chamam-lhe ainda takh (o plural é takhi), palavra mongol que significa “espírito”.

O coronel Przewalski era um explorador ao serviço do czar Alexandre II da Rússia e as suas expedições contribuíram para os conhecimentos de geografia da Ásia Central. Numa delas, entre 1879 e 1880, cruzou-se com um novo cavalo. Ou melhor, foi presenteado com um o crânio e a pele de um cavalo na fronteira entre a China e a Rússia.

Entregues no Museu Zoológico da Academia das Ciências de São Petersburgo, os restos do animal foram examinados pelo cientista russo Ivan Poliakov, que concluiu que aquele era um cavalo selvagem. Em 1881, um ano depois da expedição, descreveu-o oficialmente como uma nova espécie, a que deu o nome científico Equus przewalskii. Reclassificado entretanto, é agora considerado uma subespécie de cavalo selvagem, designada por Equus ferus przewalskii.

A descoberta foi sempre atribuída ao coronel Przewalski, mas hoje sabe-se que já tinha sido avistado antes por exploradores europeus. Foi mencionado pela primeira vez pelo médico escocês John Bell, que viajou, entre 1719 e 1722, ao serviço do czar Pedro, o Grande. No relato da expedição, Uma Viagem de São Petersburgo a Pequim, publicado em 1763, o médico refere a sua observação na fronteira entre a China e a Mongólia.

Caça entre as causas da extinção

Na Europa, a descoberta oficial pelo coronel Przewalski despertou muito interesse entre os zoólogos e apreciadores de animais raros. Por volta de 1900, organizou-se a primeira captura. Na viagem entre a Mongólia e a Europa apenas sobreviveram 53, que foram distribuídos por diversos jardins zoológicos e parques biológicos.

Pouco mais de meio século desde essa captura, o último cavalo selvagem do planeta vivia os seus derradeiros momentos na natureza. Em 1969, era avistado pela última vez no habitat natural, na zona desértica do Dzungarian Gobi.

“Nos anos 70, houve uma expedição. Não encontraram nenhum cavalo. Foi considerado extinto”, conta Wang Zhenshan. “Depois disso, recebeu a atenção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).”

Tempos houve em que diferentes cavalos selvagens tiveram uma enorme distribuição geográfica, desde as estepes da Ásia Central até à Península Ibérica. Os primeiros registos pictóricos de cavalos parecidos com os Przewalski têm mais de 20 mil anos: encontram-se em pinturas rupestres em grutas em Itália, França e Espanha, refere uma nota informativa da IUCN. Em Portugal, no vale do Côa, os cavalos são das figuras mais representadas nas gravuras rupestres ao ar livre, igualmente com cerca de 20 mil anos. Pelas características físicas representadas nas gravuras, como crina curta e erecta e patas curtas, pensa-se que os cavalos selvagens existiam em grande número naquela região.

Ainda há cerca de dez mil anos, grandes manadas de espécies de cavalos selvagens (Equus ferus) devem ter sido vulgares as planícies da Europa, Ásia e da América do Norte, relata Juliet Clutton-Brock, arquezoóloga reformada do Museu de História Natural de Londres, especialista em domesticação. No seu livro História da Domesticação dos Animais — Dos Primórdios à Actualidade, de 1999 (editado em português pela Replicação), Clutton-Brock conta que a caça pelos humanos e a ocupação de grande parte do território por florestas foram reduzindo os limites territoriais dos cavalos selvagens.

“Na América, o cavalo terá sido extinto há oito mil anos. Na Europa, as manadas de cavalos selvagens foram sendo gradualmente empurradas para leste, para os semi-desertos da Ásia Central, até que no fim do século XIX eram apenas representados por Equus ferus przewalskii, o cavalo selvagem das estepes da Mongólia”, escreve a investigadora. “Este cavalo selvagem também estaria extinto hoje, se um pequeno número não tivesse sido capturado em estado selvagem nos primeiros anos do século XX e trazido para a Europa, onde se multiplicou nos jardins zoológicos e nos parques de vida selvagem.”

Dois mil animais, no total

No mundo inteiro, existem hoje cerca de dois mil Przewalski, distribuídos por 150 jardins zoológicos e parques. Descendem de apenas 14 animais, que foram sendo reproduzidos em cativeiro, geração após geração. Esses 14 fundadores da população actual representam assim todas as linhagens existentes antes da extinção total e são todos muito aparentados. Num dos fundadores capturados na natureza, e tidos como “puros”, detectou-se também sangue de cavalo doméstico que se reproduziu com os selvagens, explica a bióloga Maria do Mar Oom, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que há muitos anos se interessa pelos Przewalski. E sabe-se que outros dois fundadores produziram híbridos entre Przewalski e cavalo doméstico.

Uma década antes da extinção na natureza publicava-se a primeira edição do Studbook (o registo genealógico) para o cavalo de Przewalski: continha os registos de 228 animais em cativeiro entre 1899 e 1959. Em 1979, mantinham-se 385 cavalos em 75 instituições, distribuídos por 16 países da Europa, pelos Estados Unidos e Cuba.

Em 1986, os jardins zoológicos da Europa iniciavam oficialmente a cooperação para recuperar o cavalo de Przewalski, através do Programa Europeu de Reprodução em Cativeiro de Espécies em Risco (os Estados Unidos e a Austrália também têm iniciativas como esta).

Além de gerir a população em cativeiro, o programa europeu devolveu este cavalo à natureza pela primeira vez em 1992, com a libertação de 16 animais na região do Parque Nacional de Hustai Nuruu, na Mongólia. Fizeram-se entretanto outras reintroduções em pequenos núcleos, pelo que a população em liberdade na Mongólia ronda os 170 animais. Nem sempre foi fácil. Em 2005, apenas sobreviveram 11 dos 41 poldros nascidos. Os lobos, o frio e o vento estiveram entre as causas principais da sua morte.

Apesar das dificuldades, o Przewalski é considerado um caso emblemático de recuperação de um animal à beira da extinção.

A China e a Mongólia também avançaram com programas próprios de reintrodução, na década de 80. No caso chinês, o projecto iniciou-se precisamente no Centro de Propagação do Cavalo de Przewalski de Xinjiang, com animais recebidos do estrangeiro: depois de atingido um certo número em cativeiro, libertaram-se os primeiros 27 em 2001, no deserto de Dzungarian Gobi, que é o coração da Reserva Natural de Karamaile. “Só sobreviveram 19”, recorda Wang Zhenshan, dizendo que não se adaptaram logo muito bem às condições naturais. “Agora há 84 na natureza: 33 já nasceram no campo. É um sucesso.” Alguns dos nascidos no campo já pertencem à segunda geração. “Têm sido atacados por lobos, mas não é um grande problema”, diz Wang. “Os lobos preferem os rebanhos de ovelhas.”

No centro de Xinjiang, vivem actualmente 254 cavalos. Há cerca de cinco anos, receberam-se seis animais oriundos de jardins zoológicos europeus, para refrescar geneticamente a população e reduzir a consanguinidade.

Sobe-se ao topo do edifício principal e um terraço abre-se para a planície, pontuada apenas de tufos verdes. E os cavalos distribuem-se por vários parques.

Dois machos partilham um dos parques: é aqui que vão entrar os investigadores chegados de Portugal. Estão numa expedição científica por Xinjiang, para estudar os burros selvagens da Ásia e uma marmota que partilha a toca com uma ave (ver P2 de 24 de Junho e 8 de Julho de 2010). Como o centro fica no caminho, aproveitam para obter excrementos dos cavalos, destinados a estudos genéticos de evolução dos equídeos.

“Já repararam como são asseados? Não defecam no sítio onde têm a água”, chama a atenção Albano Beja Pereira. “Mas não se importam de defecar no sítio onde têm a comida, sobretudo porque os pequenos têm por hábito comer as fezes dos mais velhos. Quando nascem, não têm bactérias nos intestinos, por isso não são capazes de digerir plantas. Ao alimentarem-se das fezes dos mais velhos, ficam com a flora intestinal preparada para comer plantas”, continua o zootécnico do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio) da Universidade do Porto.

“Estava à espera que fossem mais baixinhos”, comenta Nuno Monteiro, biólogo também do Cibio.

É, no entanto, um cavalo de porte pequeno. Mede 1,2 a 1,3 metros de altura até ao garrote e tem 250 a 350 quilos. Salta à vista que a crina é diferente da dos cavalos a que estamos habituados, os domésticos: é curta e erecta, terminando entre as orelhas, como nas zebras, enquanto nos cavalos domésticos pende para um dos lados e cai na fronte.

A pelagem é castanha-alaranjada, com o focinho e o ventre esbranquiçados. Ao longo do dorso, têm uma lista. Nas patas também apresentam listas — ou zebruras, típicas da pelagem de cavalos primitivos, como no cavalo do Sorraia, a raça de cavalos portugueses mais ameaçada, com cerca de 200 indivíduos apenas. Mas enquanto os cavalos do Sorraia já resultam de um processo de domesticação — são os representantes domesticados do cavalo selvagem do Sul da Península Ibérica —, os Przewalski nunca terão sido domesticados.

Não há certeza absoluta disso, pois há muito para saber sobre a genética do Przewalski. Mas os estudos têm demonstrado que nunca foi domesticado, explica Albano Beja Pereira, que tem investigado este processo na vaca e no burro. “Como o Przewalski tinha uma grande distribuição, teria grande diversidade. Pode ter havido linhagens domesticadas e que agora fazem parte do cavalo doméstico”. Na altura em que começaram a fazer-se estudos genéticos já havia poucos Przewalski. “Ninguém garante que, para trás, não tenha sido domesticado.”

Qual é então o antepassado selvagem do cavalo doméstico, ou Equus caballus? Pensa-se que é um primo do Przewalski, chamado tarpã (Equus ferus gmelini). A sua distribuição ia desde a Rússia até à Península Ibérica. Extinguiu-se no final do século XIX no habitat natural. O último em cativeiro morreu em 1909, num jardim zoológico russo.

E quando chega o momento de Nuno Monteiro, Beja Pereira e o seu estudante de pós-doutoramento, o chinês Chen Shanyuan, entrarem no recinto com os dois cavalos, podem finalmente apanhar do chão o que os levou até ali. Guardam os excrementos em pequenos tubos de plástico. Indiferentes à presença dos homens, os dois machos continuam a comer palha e a andar pelo recinto.

Quatro exemplares no Alentejo

Muito longe de Xinjiang, região que foi dos últimos redutos dos Przewalski na natureza, cabe a Francisco Beja fazer de cicerone na Coudelaria de Alter Real, a três passos da vila alentejana de Alter do Chão. De jipe, o coordenador do Departamento de Coudelarias da Fundação Alter Real conduz os recém-chegados pelo terreno irregular, aos solavancos, por entre as azinheiras.

Chega-se a um cercado de quatro hectares, com um barracão, a casa dos cavalos de Przewalski no Alentejo. Entra-se a pé no cercado.

Ali estão eles, bem ao fundo no barracão. Suzannah, uma égua de 17 anos, e dois machos, o Desejado, que é seu filho, nascido no ano passado, e o Brasão, deliciam-se com a palha deixada num comedouro.

Ainda nem são dez da manhã e o fulgor do Verão já aperta. Pacientemente, há que aguardar que terminem a refeição, que bebam água e decidam sair do barracão.

Suzannah faz parte do primeiro grupo de cavalos de Przewalski que veio para Portugal em Dezembro de 2001. Embora não tenham vindo de Xinjiang, o Alentejo passou a ter representantes dos cavalos que viveram naquela região chinesa.

Vindo do Jardim Zoológico de Marwell, no Sul de Inglaterra, o grupo inicial incluía, além de Suzannah, as fêmeas Mo e Virginia e o macho Sirano. Nestes oito anos em Portugal, nasceram dez crias, incluindo dois nados-mortos. Umas morreram depois ou foram levadas para Espanha.

Do grupo inicial, restam Suzannah e Sirano. A Mo e Virgínia, a mãe do Brasão, também morreram. E Sirano, em tempos o rei do cercado, vive agora sozinho noutro parque. Teve de ser isolado do Brasão, já com quatro anos, senão os dois iam lutar na presença de Suzannah.

A sua vinda fez-se ao abrigo do Programa Europeu de Reprodução destes cavalos, conduzido pela Associação Europeia de Jardins Zoológicos e Aquários, e de que a alemã Waltraut Zimmermann, do Zoo de Colónia, é a coordenadora. Ela tem gerido os Przewalski na Europa tendo em conta parâmetros demográficos e genéticos, para controlar a taxa de fecundidade e minimizar a consanguinidade, por exemplo.

Quando Maria do Mar Oom soube que seria possível propor a vinda de alguns Przewalski para Portugal ao abrigo do programa europeu, candidatou-se. A coudelaria de Alter do Chão seria um sítio óptimo para ter um núcleo destes cavalos, relata a bióloga. “Achei giro. Não havia estes animais em Portugal. Na Península Ibérica, só havia em Espanha.”

Qual não foi o seu espanto quando a coordenadora do programa visitou a coudelaria de Alter do Chão e aceitou o projecto, em que participa também o Jardim Zoológico de Lisboa.

Na altura, um dos objectivos era a procriação. Nos últimos tempos, Waltraut Zimmermann decidiu que em Portugal ficaria apenas um núcleo de machos, que seriam deslocados, sempre que necessário, para outros locais do programa. Encontrar instituições que acolham os machos é o mais complicado, porque os mais velhos não suportam outros machos, a partir de certa idade, na presença das éguas. Tornam-se agressivos, por isso é preciso encontrar instituições que os recebam.

“Infelizmente, de há dois anos para cá, as recomendações dadas pelo programa não têm sido seguidas [pela coudelaria]”, lamenta Maria do Mar Oom. Segundo essas recomendações, para se iniciar um núcleo só de machos, Suzannah deixaria de se reproduzir e seria trocada por um macho do Jardim Zoológico de Santillana, em Espanha.

Essa ideia, no entanto, é rejeitada por Francisco Beja. “Queremos continuar com machos e fêmeas”, admite. “Um núcleo de machos não tem interesse absolutamente nenhum.”

Os animais também deviam ter ficado longe dos cavalos domésticos na coudelaria, como o lusitano, o puro-sangue árabe ou o Sorraia, para que não os vissem nem lhes sentissem o cheiro. E devia ter sido construída uma zona confinada, onde pudessem ser tratados. Nada disto foi cumprido, diz Maria do Mar Oom.

Em princípio, os quatro Przewalski vão manter-se no Alentejo, só que, como as recomendações não têm sido respeitadas, a coordenadora deverá deixar de contar com eles no programa, explica a bióloga. “Isto correu mal. Tenho um desgosto de morte.”

Finalmente, o Brasão decide abandonar o barracão. Os intrusos despertam-lhe curiosidade. Pára a mirar-nos, olhos nos olhos. “Não vai passar dali”, sossega Francisco Beja. “Estes cinco metros são suficientes para mantermos o respeito por ele e ele por nós.”

Até Suzannah e o filho Desejado virem também passear, vale a sombra dos freixos no cercado, ao lado de um ribeiro agora seco. As moscas cirandam, zumbem. E eles ficam a desfrutar da sua planície.

fonte: Público

Bebé mamute mais velho do mundo é "macho de um ou dois meses"


Khroma, um bebé mamute de mais de 50 mil anos e estrela de uma exposição em Puy-en-Velay, no centro da França, é um macho de um ou dois meses de idade, um mistério enfim revelado após a autópsia feita na noite de sábado para domingo, segundo um especialista em paleontologia.

"É um pequeno macho, muito mais jovem do que a gente pensava. Seus dentes de leite aida estavam cobertos pela gengiva e nunca foram utilizados, é muito provável que tenha entre um e dois meses", explicou à AFP o paleontólogo francês Frédéric Lacombat.

Grandes especialistas em mamutes, como Bernard Buigues, que orientou a vinda de Khroma da Rússia para a França, o americano Dan Fisher e o russo Alexei Tickanov participaram da autópsia. O procedimento começou na noite de sábado e terminou por volta das 5h30 locais deste domingo, no hospital Emile Roux em Puy-en-Velay.

"Foi uma autópsia incrível. Seus órgãos internos estavam perfeitamente conservados, seu estômago cheio de leite materno, seus músculos ainda vermelhos. Como se ele tivesse morrido anteontem!", disse Lacombat entusiasmado.

Esse primeiro exame aprofundado, que deve continuar com uma série de análises, revelou "uma ruptura da coluna vertebral e um deslocamento de bacia", confirmando a hipótese de uma morte provocada por "um grande traumatismo", sem dúvida ligado a uma queda, segundo o cientista.

O pequeno mamute, que antes foi descongelado naturalmente a fim de possibilitar a operação, tendo depois feito um scanner, foi devolvido após a autópsia para sua câmara de vidro refrigerada no museu Crozatier, onde está em exibição a exposição "Mamutes e Companhia".

O scanner permite uma reconstituição em 3D do animal. Já as análises que vão ser conduzidas pelos próximos meses, vão ajudar "a descobrir o que aconteceu durante os seus dois meses de vida e também durante o período pré-natal", graças ao ADN da mãe, continuou Lacombat.

O bebé mamute foi descoberto por um caçador em Julho de 2009, no permafrost derretido, próximo ao Oceano Ártico, nas margens do rio Khroma, em Yakutia. Ele foi emprestado à França pela Rússia.

Cerca de 60 mil visitantes já vieram ver Khroma desde a inauguração, em Junho, da exposição sobre a vida desta espécie pré-histórica extinta e que ficará em exibição até 15 de Novembro.

fonte: Terra

Descoberto lago artificial maia no meio da floresta no México


Escavação comçeou no centro do antigo reservatório

Fundo do reservatório de água parece coberto de lascas de cerâmica, usadas para vedação, como uma piscina.

Investigadores alemães e mexicanos encontraram um lago artificial, no sítio arqueológico da antiga cidade de maia de Uxul, cujo fundo é revestido por placas de cerâmica, como as piscinas modernas são revestidas de azulejo. De acordo com o investigador Nicolaus Seefeld, o fundo do lago, com dois metros de profundidade, está recoberto de lascas de cerâmica "praticamente sem lacunas".

Embora o uso de lagos artificiais, ou" aguadas", como reservatórios de água potável pelos maias já fosse conhecido, a tecnologia usada em Uxul surpreendeu os arqueólogos.

"Ainda não sabemos se o revestimento se estende por toda a aguada", completou ele, em nota, explicando que a escavação teve início no centro do lago.

De acordo com texto divulgado pela Universidade de Bonn, se todo o reservatório estiver realmente recoberto por ladrilhos, a descoberta será "uma pequena sensação", pela quantidade de cerâmica envolvida.

As duas aguadas já descobertas em Uxul eram maiores que piscinas olímpicas, e talvez não tivessem sido as únicas. A cidade tinha uma população de pelo menos 2.000 pessoas, e precisava acumular água para durar pelos três meses anuais de seca.

No Período Clássico da cultura maia, de 250 a 900 d.C., Uxul estava localizada numa área densamente povoada, entre as grandes cidades de El Mirador e Calakmul. Por ali passavam rotas comerciais que iam do centro do México à Guatemala.

fonte: Estadão

Erupção do vulcão Sinabung faz pelo menos 2 mortos


A erupção do vulcão do monte Sinabung, na ilha indonésia de Samatra, fez pelo menos dois mortos e obrigou a retirar da zona mais de 30 000 pessoas avançou hoje a CNN.

Segundo a mesma fonte, as mortes foram provocadas por ataque cardíaco e problemas respiratórios na sequência da erupção do vulcão.

Esta é a primeira vez que o Sinabung volta a entrar em actividade em 400 anos.

Notícias anteriores indicavam que pelo menos 12 000 pessoas, residentes em aldeias num raio de seis quilómetros do vulcão, tinham sido transferidas para 16 centros de abrigo montados pelas autoridades fora da zona de risco.

"O vulcão voltou a registar uma erupção às 06:30 locais (00:30 em Lisboa) que durou cerca de 15 minutes. O fumo e as cinzas elevaram-se a cerca de 2 000 metros", informou Agus Budianto, vulcanólogo.

Esta nova erupção foi mais forte que a de domingo, após a qual as cinzas se dispersaram até 30 quilómetros de distância do vulcão.

As autoridades aconselharam a suspensão dos voos locais, devido à grande nuvem de fumo e cinzas que se formou, mas admitem que alguns voos se possam realizar: "O tráfego aéreo pode ser afectado, tudo depende da direcção do vento", afirmou hoje o porta-voz do Ministério dos Transportes, Bambang Ervan.

O Sinabung, de 2 460 metros de altitude, é um dos 69 vulcões activos no arquipélago indonésio.

Veja o video:



fonte: DN

Planta do tabaco liberta químico que atrai predadores de lagartas


Os investigadores europeus Silke Allmann e Ian Bradwin descobriram que as folhas das plantas do tabaco produzem um químico capaz de atrair insectos predadores que se alimentam dos seus atacantes - as lagartas.

O estudo foi publicado na Science e explica que é a saliva da lagarta que activa o processo, quando se mistura com os químicos produzidos pela planta (os green leaf volatiles, mais conhecidos por GLV, normalmente libertados pelas folhas das plantas ).

A descoberta surgiu pela análise de comportamento das plantas de tabaco na presença da lagarta Manduca sexta (o horn-worm do tabaco), cuja saliva activava a produção do químico de alerta e subsequentemente atraía insectos, como o Geocoris, que se alimentam das larvas e dos seus ovos. O Geocoris é benéfico, embora por vezes seja confundido com uma praga.

O próximo passo dos investigadores foi levar a cabo uma experiência que lhe permitiu averiguar o factor determinante para o Geocoris detectar a sua presa. Para isso, criaram duas amostras: a uma planta de tabaco colaram ovos de lagarta e a outra ovos de lagarta com a sua saliva.

Os investigadores concluíram que na planta onde estava presente a saliva foram atacados 8% dos ovos, enquanto na que tinha apenas ovos foram atacados quase 25%.

Desta forma perceberam que a saliva de lagarta não só desencadeava a produção do químico de protecção das plantas de tabaco, como era um dos factores que o tornavam eficaz, já que é por si só o catalisador da acção dos Geocoris na sua busca pelo alimento. O Geocoris é atraído pelo químico modificado, sintetizado pelas plantas, tornando-os aliados dos produtores de tabaco no combate aos parasitas das suas colheitas.

Uma descoberta que resultaram do esforço conjunto de Silke Allmann, do Instituto Swammerdam para as Ciências da Vida, na Holanda, e Ian Baldwin, do Instituto Max Plank para a Ecologia Química, na Alemanha.

fonte: DN

Descobertos 95% do ADN do trigo


Feito poderá ajudar a melhorar qualidade e, em consequência, a reduzir fome no mundo.

Uma equipa de cientistas britânicos garante ter sequenciado cerca de 95% do genoma do trigo, após um trabalho de investigação realizado com uma variedade deste cereal chamada chinese spring (primavera chinesa). Um feito que se pode revelar decisivo no desenvolvimento de novas variedades deste cereal, mais resistentes a doenças e condições adversas, e, simultaneamente, ajudar a combater a fome.

As sequências do genoma que agora foram divulgadas dão aos investigadores e aos produtores acesso a 95% do genoma do trigo, afirma um comunicado do Conselho de Investigação em Biotecnologia e Ciências Biológicas (BBSRC), entidade pública que financiou o estudo.

"O genoma do trigo é cinco vezes mais complexo do que o genoma humano e representa um desafio enorme para os cientistas", explicou Keith Edwards, membro da equipa e docente na Universidade de Bristol, que assegura ainda que "as sequências do genoma constituem um instrumento importante para investigadores e produtores".

Esta descoberta poderá ser utilizada para identificar mais rapidamente as diferenças entre duas variedades de trigo e servir de referencial as características consideradas interessantes, como a resistência à seca e a doenças. Os genes poderão, ainda, ser usados para a selecção assistida, melhorando as variedades, ou para criar organismos geneticamente modificados.

Keith Edwards salienta que este tipo de sequências de genomas constitui "uma ferramenta de grande importância para investigadores e agricultores". "Tornar estes dados públicos possibilita que investigações com dinheiros públicos tenham o maior impacto possível", frisa ainda este cientista.

Apesar de todo o trabalho já desenvolvido, os cientistas sublinham que ainda são necessários mais estudos, de modo a conseguir completar o genoma do trigo e organizar todos os cromossomas. "Agora estamos a trabalhar na análise da sequência de modo a seleccionar as variações genéticas dos diferentes tipos de trigo, qual o que pode ajudar a acelerar significativamente os actuais programas de cultivo", acrescenta Anthony Hall, da Universidade de Liverpool, e também membro da equipa britânica.

Recorde-se que, recentemente, foi possível sequenciar o genoma do arroz (2005), do milho (2009) e do soja (2010). Mas tais cereais são muito mais simples que o trigo. Cereal que, com uma produção anual mundial na ordem dos 500 milhões de toneladas, se constitui como um dos mais importantes para o consumo humano.


domingo, 29 de agosto de 2010

CO2 dos fogos equivale a 29 milhões de carros a fazer viagem Lisboa-Porto


Carbono Quercus alerta para a necessidade de melhorar a prevenção dos incêndios e pede maiores cuidados na selecção das árvores a utilizar na regeneração das florestas queimadas, de modo a minimizar efeitos provocados pelos fogos. Divergência de critérios também dificulta cálculo das emissões.

Os mais de 71 mil hectares de área florestal ardidos desde o início do ano levaram à emissão de cerca de 1,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente - uma medida que expressa a quantidade de gases de efeito estufa em termos equivalentes da quantidade de dióxido de carbono. Emissões que, segundo dados divulgados pela Quercus, correspondem a cerca de 29 milhões de veículos a fazer o percurso entre Lisboa e Porto por auto-estrada.

Segundo a associação, um dos problemas no cálculo das emissões prende-se com o tipo de área contabilizada. É que, diz Francisco Ferreira, "a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) considera apenas povoamentos florestais, ficando de fora as áreas de mato, que por vezes têm já um estado de desenvolvimento grande e uma capacidade de sumidouro importante".

Segundo estudos do professor José Cardoso Pereira, da Universidade Técnica de Lisboa, onde a Quercus se baseia, é estimada "uma média de biomassa presente nas áreas ardidas dos últimos anos (nove toneladas por hectare), que quando ardida emite 16 toneladas de CO2 equivalente por hectare". Assim, Francisco Ferreira frisa que "calculando apenas com base na floresta ardida até 15 de Agosto de 2010, e recorrendo aos factores de emissão da APA, as emissões de gases com efeito de estufa associadas aos incêndios florestais foram de 520 mil toneladas de CO2 equivalente".

Considerando o total de área ardida, que a 15 de Agosto correspondia a 71 687 hectares, e tendo por base os valores médios dos estudos do professor Cardoso Pereira, "o valor deverá ter atingido 1,1 milhões de toneladas de CO2".

Francisco Ferreira frisa que estes valores estarão "um pouco sobrestimados, dado que este ano a proporção de matos ardidos em relação a povoamentos foi maior do que em anos anteriores". Já "as 520 mil toneladas da APA estão abaixo do valor real".

Comparando com outros anos, mais concretamente com os de 2003 e 2005, em que a área ardida esteve bem acima da média da última década (102 mil hectares entre 2000 e 2009), a Quercus recorda que em 2003, ano com 425 mil hectares ardidos, "foi reportado à Convenção sobre Alterações Climáticas 10 milhões de toneladas de CO2 equivalente referente aos fogos em 286 mil hectares, afectando povoamentos florestais". Já em 2005, quando arderam 339 mil hectares, dos quais 213,5 mil em povoamentos, "as emissões reportadas foram de cinco milhões de CO2 equivalente".

A Quercus recorda que Portugal fez uma aposta clara em usar este sector para o cumprimento do Protocolo de Quioto, pelo que "no médio/longo prazo é necessário um melhor conhecimento científico das emissões associadas, maior capacidade de recolha exaustiva de dados e uma aposta numa melhor gestão florestal".

Segundo Francisco Ferreira, no período entre 2008 e 2012, "Portugal não pode exceder as 381,9 milhões toneladas de CO2 equivalentes", ou seja, uma média anual de 76,3 milhões. Em 2008, "Portugal reportou cerca de 75 milhões de toneladas de emissões de gases com efeito de estufa originados em todos os sectores".

Portugal, através de um conjunto de receitas de orçamento de Estado, criou um Fundo de Carbono, que "tem sido usado para comprar direitos de emissão através do mecanismo de desenvolvimento limpo ou compra a outro países através do comércio de emissões", diz Francisco Ferreira.


Golfo do México: Impacto do petróleo pode durar 100 anos


As aves são das espécies mais afetadas pelo derrame de petróleo no golfo do México

Efeitos no ecossistema do derrame de petróleo no golfo do México podem levar até 100 anos a desaparecer. Espécies mais afectadas são as baleias, os golfinhos, as tartarugas e as aves.

Apesar de grande parte das águas do golfo do México já estarem aparentemente limpas, os efeitos nefastos no ecossistema do derrame de petróleo podem vir a durar um século. A advertência foi feita pelo oceanógrafo Xavier Pastor, responsável por uma expedição na zona afetada para analisar as consequências do acidente na plataforma da BP.

Em entrevista ao jornal "El Mundo", o oceanógrafo afirmou que o impacto ambiental dos cinco milhões de barris de petróleo pode desaparecer entre os próximos 20 a 100 anos. Xavier Pastor é diretor da organização "Oceana Europe".

Cetáceos, tartarugas e aves mais afectados

Segundo Xavier Pastor, os cetáceos, tartarugas e aves são as espécies que mais têm sofrido, pela aderência do petróleo na pele e penas, inalação de compostos químicos e obstrução das vias respiratórias.

O diretor da organização "Ocena Europe", que chegou ao golfo do México em princípios de Agosto com uma equipa de 11 cientistas, visita esta semana a desembocadura do Mississipi, onde avistou barcos de pesca de gamba numa zona proibida para esta atividade.

Segundo Pastor, as manchas de petróleo não estão visíveis a olho nu, exceto em certas zonas e zonas pantonas do Mississipi. Recorda, porém, um estudo da Universidade da Georgia, o qual refere que 75% do crude pode estar no fundo do mar.

De acordo com o oceanógrafo, há uma corrente de petróleo submarino com 40km de extensão, que nasce no lugar onde ocorreu o desastre ambiental e se dirige para sudoeste, a uma profundidade de quase um quilómetro abaixo da superfície.

Os integrantes da expedição da "Ocean Europe" têm utilizado um robot submarino que pode chegar até 300 ou 400m de profundidade, permitindo documentar a existência de plataformas petrolíferas abandonadas e cobertas por sedmentos. Na próxima semana, está prevista a chegada de um segundo robot, com o qual pretendem alcançar os 1000m de profundidade.

Entrentanto, a britânica BP, decidida a recompor a sua imagem, desgastada na sequência do desastre ecológico no goldo do México, anunciou que desistiu de participar no concurso para perfuração da costa da Groelândia , uma zona virgem muito rica em recursos energéticos que em breve começará a ser explorada por empresas petrolíferas.

fonte: Expresso

Vacina da gripe A associada a doença neurológica


Agência Europeia do Medicamento investigará possível relação entre a Pandemrix, vacina da gripe A/H1N1, e vários casos de narcolepsia, doença neurológica, detetados na Europa

Num comunicado divulgado hoje, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) diz que vai investigar , a pedido da Comissão Europeia, uma eventual relação entre a vacina da gripe A/H1N1 - Pandemrix -, administrada durante a passada pandemia, e 21 casos de narcolepsia registados na Suécia, Finlândia e França.

A EMA adverte, porém, que apesar das suspeitas de efeitos secundários da vacina não há provas de que exista uma relação direta. "Ainda que os casos detectados (de narcolepsia) coincidam com o uso de Pandemrix, até ao momentos desconhece-se se a vacina é responsável pela doença".

Doença da "preguiça"

Segundo o jornal "Le Fígaro", dos 22 casos de narcolepsia detectados na Europa, 21 doentes foram vacinados com a Pandermrix, da GlaxoSmithKline, e apenas um recebeu Panenza, a vacina sem adjuvante contra a gripe pandémica, da Sanofi, indicada para vacinar gestantes.

Desde setembro de 2009, a vacina Pandermrix foi aplicada a mais de 30 milhões de cidadãos da União Europeia.

A narcolepsia é um transtorno raro do sono, que faz com que o doente adormeça repentinamente sem poder evitá-lo. A doença, caracterizada por "preguiça" e sonolência diurna excessiva, põe em perigo o paciente durante a execução de tarefas como conduzir e trabalhar com máquinas. Tem consequências pessoais, sociais e económicas graves.

O caso foi entregue ao Comité para Produtos Médicos de Uso Humano, da EMA, que avaliará todos os dados disponíveis para determinar se existem provas que permitam estabelecer uma relação casual entre a vacina Pandemrix e a narcolepsia.

Recorde-se que em Novembro de 2009, a Agência Europeia do Medicamento encerrou o processo que analisava a relação entre a vacina Pandermrix e vários casos de mortes fetais registados na Europa. Uma ligação entre os dois fatores foi considerada "improvável".

fonte: Expresso